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11/16/2003

da janela

as janelas vazias têm uma especial desolação .cortinas fechadas donde não irrompem rostos .há apena uma mulher ocasional que recolhe a roupa que estendeu na véspera.daqui a pouco vai passá-la a ferro ,enquanto o marido vê na televisão mais um qualquer filme de aventuras.mas a mulher está feliz ,porque ontem foi ao cabeleireiro e o cabelo aguentou -se até hoje.ela gosta do ar artificial com que vem do cabeleireiro .e o marido levou -a a almoçar fora hoje e não houve almoço de domingo para preparar.então a mulher está feliz .a mãe dela só tinha ido três vezes na vida ao cabeleireiro .no dia do seu casamento .no casamento da filha e no dia do baptizado do primeiro neto .
e a mulher está feliz . o marido prometeu uma viagem .vamos por aí abaixo , preparas qulaquer coisa para comermos no caminho e vai-se por aí , disse ele,no seu jeito de descaso.
a mulher lembra-se dele aos vinte anos quando se tinham conhecido .ela nunca tinha visto uns olhos tão brilhantes .hoje os olhos dele são moles e arrastados,olhando o mundo sem tristeza.e sem alegria.só na televisão ele demora o seu olhar.mas para a mulher essa mudança é imperceptível .o que lhe importa é a memória dos olhos do marido aos vinte anos de idade,e é com esses olhos que ela se deita .
e ela está feliz.amanhã ,no emprego , a mulher poderá comentar de igual para igual o seu fim-de-semana com as colegas e talvez até o cabelo ainda mantenha o ar artificial de cabeleireiro que ela tanto gosta .