Eco?
ontem tive um sonho muito estranho. era noite negra. o céu. o céu mais parecia um canalha, a prometer chuva, com uma navalha pronta a riscar as nuvens. estava numa casa. e. deixava pra trás um mapa aberto, numa cama. e esvaziava o quarto, enchendo as malas. entrava num carro escuro, sentindo que ainda tinha muita estrada para regressar. abro o porta-luvas e vejo que ainda tenho lá a "odisseia". troco por outro. arranco, sem olhar pra trás.
o carro ia num ritmo que não acompanhava a minha própria extensão do corpo, a fugir pra frente. o rádio estava no ponto em que stones cantam "when i travel, coast to coast /in the motel you´re the ghost". olho, pelo retrovisor de dentro e, o que consigo ver é o brilho dos meus cabelos a derramar pelos ombros. puxo o ponto pra outra música e, desta vez é a tori amos a cantar "they say that your demons can´t go there". agarro a estrada e continuo. começa a chover muito. digo mais: eram bátegas. lembro disto. não páro. continuo até. que perco um gesto , quando em cima mesmo mesmo, vejo um homem de gabardine escuríssima no meio da estrada e não há tempo ..saio do carro. o homem no chão. agora não me lembro muito bem. há o silêncio. há um número de um telefone na gabardine. só um número. telefono,
contando o sucedido. do outro lado, só há uma pergunta:"ele ainda está vivo?" vou pra o hospital. abandono-o. no dia seguinte, volto. e ninguém sabe da existência dele. nem sabe de quem eu falo. pego o telefone, telefono pra todos os hospitais. e nada. ninguém me sabe responder "onde ele está? "
ontem tive um sonho muito estranho. era noite negra. o céu. o céu mais parecia um canalha, a prometer chuva, com uma navalha pronta a riscar as nuvens. estava numa casa. e. deixava pra trás um mapa aberto, numa cama. e esvaziava o quarto, enchendo as malas. entrava num carro escuro, sentindo que ainda tinha muita estrada para regressar. abro o porta-luvas e vejo que ainda tenho lá a "odisseia". troco por outro. arranco, sem olhar pra trás.
o carro ia num ritmo que não acompanhava a minha própria extensão do corpo, a fugir pra frente. o rádio estava no ponto em que stones cantam "when i travel, coast to coast /in the motel you´re the ghost". olho, pelo retrovisor de dentro e, o que consigo ver é o brilho dos meus cabelos a derramar pelos ombros. puxo o ponto pra outra música e, desta vez é a tori amos a cantar "they say that your demons can´t go there". agarro a estrada e continuo. começa a chover muito. digo mais: eram bátegas. lembro disto. não páro. continuo até. que perco um gesto , quando em cima mesmo mesmo, vejo um homem de gabardine escuríssima no meio da estrada e não há tempo ..saio do carro. o homem no chão. agora não me lembro muito bem. há o silêncio. há um número de um telefone na gabardine. só um número. telefono,
contando o sucedido. do outro lado, só há uma pergunta:"ele ainda está vivo?" vou pra o hospital. abandono-o. no dia seguinte, volto. e ninguém sabe da existência dele. nem sabe de quem eu falo. pego o telefone, telefono pra todos os hospitais. e nada. ninguém me sabe responder "onde ele está? "
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