<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5890420\x26blogName\x3dtorneiras+de+freud\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://torneirasdefreud.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://torneirasdefreud.blogspot.com/\x26vt\x3d7779548731287678461', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe", messageHandlersFilter: gapi.iframes.CROSS_ORIGIN_IFRAMES_FILTER, messageHandlers: { 'blogger-ping': function() {} } }); } }); </script>

11/15/2003

esplanada

joão caminhava apressadamente ,nem notando a estranha cor do mar aquele dia.ele precisava andar depressa , muito ,muito depressa .talvez assim,e com a nortada ,ele se descolasse dele.
estava uma mulher ,quase no fim da marginal ,sorrindo sozinha ,olhos fechados.
talvez esteja a sentir a maresia ,pensou.joão desacelera ,até parar .observa a mulher de longe e imita-a.aos poucos inebria-o a maresia,o seu corpo torna-se estranhamente vago ,uma espécie de sono feliz fá-lo cair num quase sonho .
era há muitos anos atrás e era ainda frequente ele parar no meio da rua ,só esperando um pássaro ser céu novamente.
havia uma mulher também,magra,muito magra.ele lembrava o seu rosto de festa , mas já não sabia o seu nome.tinha sido um tempo de livros emprestados ,de ternuras ao fim da noite ,breves como a alegria,músicas que ninguém mais ouviu ,com sabor do vinho que as acompanhava (como era aquela, francesa, sobre os amantes na estação de comboio ? ).havia uma promessa.e havia o seu rosto ,a preparar a estranheza de hoje.
a lembrança do seu rosto fê-lo despertar do devaneio .voltou à caminhada.já não com a mesma pressa.a mulher ainda lá estava .tinha aberto os olhos ,entretanto ,mas a expressão do rosto mantinha-se.
era sábado ,hora de almoço ,as famí­lias almoçavam burguesmente e a marginal estava deserta.
ele caminha na direcção da mulher .o mar , os pássaros ,o céu quase a chover vão-se fazendo parte da sua pele .
está quase a atravessar-se pela paisagem da mulher .os seus ombros interrompem o mar dela.ele continua e quando a paisagem está prestes a retomar o seu rumo no olhar da mulher ela agarra a mão de joão ,prendendo -o ,mantendo -o nas suas retinas.joão espanta-se.
ela diz:

onde vais?
não sei .
então fica.
o que me dás para eu ficar ?
dou -te o sabor do mar num beijo .
só ?
dou -te também uma maçã.tenho -a aqui .queres?
só se a trincares primeiro .
eu trinco .e agora, ficas?
e depois do beijo ?
depois do beijo eu vou caminhando e quando a minha imagem estiver quase a sumir -se dos teus olhos chamas -me.
mas, e qual o teu nome?
terei o nome que me deres .


joão chamou ,mas a mulher não regressou .