esplanada
joão caminhava apressadamente ,nem notando a estranha cor do mar aquele dia.ele precisava andar depressa , muito ,muito depressa .talvez assim,e com a nortada ,ele se descolasse dele.
estava uma mulher ,quase no fim da marginal ,sorrindo sozinha ,olhos fechados.
talvez esteja a sentir a maresia ,pensou.joão desacelera ,até parar .observa a mulher de longe e imita-a.aos poucos inebria-o a maresia,o seu corpo torna-se estranhamente vago ,uma espécie de sono feliz fá-lo cair num quase sonho .
era há muitos anos atrás e era ainda frequente ele parar no meio da rua ,só esperando um pássaro ser céu novamente.
havia uma mulher também,magra,muito magra.ele lembrava o seu rosto de festa , mas já não sabia o seu nome.tinha sido um tempo de livros emprestados ,de ternuras ao fim da noite ,breves como a alegria,músicas que ninguém mais ouviu ,com sabor do vinho que as acompanhava (como era aquela, francesa, sobre os amantes na estação de comboio ? ).havia uma promessa.e havia o seu rosto ,a preparar a estranheza de hoje.
a lembrança do seu rosto fê-lo despertar do devaneio .voltou à caminhada.já não com a mesma pressa.a mulher ainda lá estava .tinha aberto os olhos ,entretanto ,mas a expressão do rosto mantinha-se.
era sábado ,hora de almoço ,as famílias almoçavam burguesmente e a marginal estava deserta.
ele caminha na direcção da mulher .o mar , os pássaros ,o céu quase a chover vão-se fazendo parte da sua pele .
está quase a atravessar-se pela paisagem da mulher .os seus ombros interrompem o mar dela.ele continua e quando a paisagem está prestes a retomar o seu rumo no olhar da mulher ela agarra a mão de joão ,prendendo -o ,mantendo -o nas suas retinas.joão espanta-se.
ela diz:
onde vais?
não sei .
então fica.
o que me dás para eu ficar ?
dou -te o sabor do mar num beijo .
só ?
dou -te também uma maçã.tenho -a aqui .queres?
só se a trincares primeiro .
eu trinco .e agora, ficas?
e depois do beijo ?
depois do beijo eu vou caminhando e quando a minha imagem estiver quase a sumir -se dos teus olhos chamas -me.
mas, e qual o teu nome?
terei o nome que me deres .
joão chamou ,mas a mulher não regressou .
joão caminhava apressadamente ,nem notando a estranha cor do mar aquele dia.ele precisava andar depressa , muito ,muito depressa .talvez assim,e com a nortada ,ele se descolasse dele.
estava uma mulher ,quase no fim da marginal ,sorrindo sozinha ,olhos fechados.
talvez esteja a sentir a maresia ,pensou.joão desacelera ,até parar .observa a mulher de longe e imita-a.aos poucos inebria-o a maresia,o seu corpo torna-se estranhamente vago ,uma espécie de sono feliz fá-lo cair num quase sonho .
era há muitos anos atrás e era ainda frequente ele parar no meio da rua ,só esperando um pássaro ser céu novamente.
havia uma mulher também,magra,muito magra.ele lembrava o seu rosto de festa , mas já não sabia o seu nome.tinha sido um tempo de livros emprestados ,de ternuras ao fim da noite ,breves como a alegria,músicas que ninguém mais ouviu ,com sabor do vinho que as acompanhava (como era aquela, francesa, sobre os amantes na estação de comboio ? ).havia uma promessa.e havia o seu rosto ,a preparar a estranheza de hoje.
a lembrança do seu rosto fê-lo despertar do devaneio .voltou à caminhada.já não com a mesma pressa.a mulher ainda lá estava .tinha aberto os olhos ,entretanto ,mas a expressão do rosto mantinha-se.
era sábado ,hora de almoço ,as famílias almoçavam burguesmente e a marginal estava deserta.
ele caminha na direcção da mulher .o mar , os pássaros ,o céu quase a chover vão-se fazendo parte da sua pele .
está quase a atravessar-se pela paisagem da mulher .os seus ombros interrompem o mar dela.ele continua e quando a paisagem está prestes a retomar o seu rumo no olhar da mulher ela agarra a mão de joão ,prendendo -o ,mantendo -o nas suas retinas.joão espanta-se.
ela diz:
onde vais?
não sei .
então fica.
o que me dás para eu ficar ?
dou -te o sabor do mar num beijo .
só ?
dou -te também uma maçã.tenho -a aqui .queres?
só se a trincares primeiro .
eu trinco .e agora, ficas?
e depois do beijo ?
depois do beijo eu vou caminhando e quando a minha imagem estiver quase a sumir -se dos teus olhos chamas -me.
mas, e qual o teu nome?
terei o nome que me deres .
joão chamou ,mas a mulher não regressou .
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