Zuider Zee
todas as manhãs são assim suspensas. a cidade, lá fora, sem pulsão, parecendo um tubo de escape que se aperta. e os homens deslocam-se cinzentos, desempregados da vida. já não sei muito bem, ou mais, não sei se me lembro do que ia dizer. já foi há muito tempo. num inverno. há uma música na rádio que me distrai.
das memórias que fazemos? começo a desfazer as perguntas. e lembro. havia um café ao pé de um rio e um jornal que líamos. depois voltamos a perder. lembro-me de ti. do teu sorriso breve, de agora. do teu medo a estalar na página, sempre. não sabes às vezes que interrompi as cartas na primeira frase. depois havia sempre aquele desenho a pollock no vazio que não escrevia. riscos que bem pareciam riscos de um patinador numa pista de gelo. já foi há muito tempo. num inverno.
ao fim da noite, voltava-me pra a chuvinha da tv sem som. e lembro com melancolia. nem plantámos nossos campos de tulipas. esperámos por um país, ou por um fuga, como esperavamos por um autocarro, a tilintar. o frio a gelar até aos ossos. e as folhas no chão a dizer-nos que outro inverno estava para chegar. eu dizia, pra mim, havemos de nos rir de tudo isto, um dia.
tantas amanhãs acordei. mas não se acorda pra aquilo que se sonha. eu digo:não acordei. todas as manhãs são assim suspensas.
quantas vezes a perdemos mais do que a encontramos? a nossa holanda?
todas as manhãs são assim suspensas. a cidade, lá fora, sem pulsão, parecendo um tubo de escape que se aperta. e os homens deslocam-se cinzentos, desempregados da vida. já não sei muito bem, ou mais, não sei se me lembro do que ia dizer. já foi há muito tempo. num inverno. há uma música na rádio que me distrai.
das memórias que fazemos? começo a desfazer as perguntas. e lembro. havia um café ao pé de um rio e um jornal que líamos. depois voltamos a perder. lembro-me de ti. do teu sorriso breve, de agora. do teu medo a estalar na página, sempre. não sabes às vezes que interrompi as cartas na primeira frase. depois havia sempre aquele desenho a pollock no vazio que não escrevia. riscos que bem pareciam riscos de um patinador numa pista de gelo. já foi há muito tempo. num inverno.
ao fim da noite, voltava-me pra a chuvinha da tv sem som. e lembro com melancolia. nem plantámos nossos campos de tulipas. esperámos por um país, ou por um fuga, como esperavamos por um autocarro, a tilintar. o frio a gelar até aos ossos. e as folhas no chão a dizer-nos que outro inverno estava para chegar. eu dizia, pra mim, havemos de nos rir de tudo isto, um dia.
tantas amanhãs acordei. mas não se acorda pra aquilo que se sonha. eu digo:não acordei. todas as manhãs são assim suspensas.
quantas vezes a perdemos mais do que a encontramos? a nossa holanda?
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