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12/08/2003

atropelamento e fuga

ela sentada no café e, rosto-aparentemente-tranquilo, olha. toma dois cafés cheios. puxa de um cigarro. pensa ela: mais um prego para o caixão? que importância tem isso? puxa de um cigarro. vira e revira o jornal. as palavras que ela não quer ler, estão lá. sacudindo-o.varrendo com a mão as palavras, como fossem só migalhas, será que elas saem do papel? não. elas têm corpo e sangue. pois é. e são palavras palavras palavras palavras palavras. adiante. passaram cinco minutos e ela ainda olha para fora da janela. a rua nossa senhora de fátima estava muito concorrida. que procissão de cinzentos. de vez em quando vejo um azul. agora a procissão é mais mondriana, mas são os reflexos da luzinhas nos cinzentos. adiante-adiante. passaram sete minutos e ela ainda olha para fora da janela. de repente., vê uma mulher que, mais parecia desapossada do seu rosto-quotidiano, abruptamente saindo de uma porta e assaltando o centro da rua com um grito., gritouuuuuu. passaram dez minutos e ela não olha para fora da janela. recolhe o livro da mesa e atira-o para o fundo da bolsa. e sai.