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1/05/2004

Regresso



A palavra poço não me apaga da paisagem
Nem do tempo que primeiro nos rimos
da estranheza do mundo .

Nesta casa em que as janelas já foram maiores
do que todo o céu que abrigavam, recordo
O avô adormecido ,livro caído no colo
E a música , o piano , sempre a mesma jarra de flores amarelas .
Ou como todos esperavam o teu riso aparecer na casa,
Repentino ,vindo da terra inexacta da felicidade .

Hoje abrindo as janelas da casa
não há nada de maior no mundo ,
O fim do espanto , penso ,
como as mãos muito nuas
que um grande amor desabitasse para sempre.

Ficou-me algo como a palidez da ausência .
É uma casa de vozes que só eu murmuro ,
De rostos a cada inverno mais demorados ,
Ou de nomes que ninguém mais chama.

Estas portas que abro , quartos onde faz tantos anos
A alma me dançava dentro das flores que nasciam ...
Não sei quem esvaziaram mais
Se a casa ou o meu coração .

É noite ,o poço está repleto das folhas das tílias
Enquanto me sento no piano ,esperando
Talvez que o teu riso antigo
interrompa a demorada desaparição de mim
E da casa .

Peço :
Fosse a dor do mundo tão fugaz
Como a casa que se fez muro
No meu peito cansado .

E fecho para dentro de mim as janelas.