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3/31/2004

a inventada


( Num carro para Campolide.Dia sexual )

Uma mulher de carne azul ,
semeadora de luas e transes,
atravessou o vidro
e veio , voadora ,
sentar-se ao meu colo
na nudez reclinada
dum desdém de espelhos.

( Mas que bom !Ninguém suspeita
que levo uma mulher nua nos joelhos.)


*


Que voz é esta
que vem da floresta
e não do meu coração?

POis os pássaros não cantam apenas
na minha imaginação?

Existem em cor e penas
na realidade desta canção
de mim tão alheia?

Ó pássaro autêntico
volta a ser ideia .



*


A este desespero azul
de te querer sempre ao pé de mim
chamam os homens amor .

Mas o amor é outra raiva
de arrancar o sol da lua.
É andar com andorinhas na algibeira ,
e dependurá-las na chuva...


( E muito mais coisas ...Beijar , por exemplo , as mulheres de vento que se vestem nas bandeiras, etc, etc...Mas tive de saltar do eléctrico e interrompeu-se a fúria da inspiração)







*

( Madrigal para a Inventada )

Vou inventar uma flor
para pôr no teu cabelo .

Uma flor com asas de lume
donde,em vez de perfume,
saiam sons de violoncelo.

( ...)


*

Os teus olhos suplicam nuvens ...

Mas eu só te dou vida
despida .

Os teus olhos suplicam nuvens ...

( ...)


*

( Outra vez a Inventada.Grito para o Ar :)


Amo-te ,amo-te,amo-te,amo-te,
Tu-não-sei-quem,
com mãos de cardos
que descem dos caminhos
para afagar as crianças
de cabelos com asas de vento
e correrem por entre árvores inquietas de frutos novos...

Amo-te ,amo-te,amo-te,amo-te,
a ti que te inventei
com seios de espinhos
para sentir bem na pele
a nudez rude da morte natural
quando me levares pelas nuvens
através daquela ponte sem margens do outro lado ...

Amo-te
com estes olhos firmes direitos às cinzas das pedras .


José Gomes Ferreira


( vai bem com pintura de chagall e gelado de chocolate .)