a inventada
( Num carro para Campolide.Dia sexual )
Uma mulher de carne azul ,
semeadora de luas e transes,
atravessou o vidro
e veio , voadora ,
sentar-se ao meu colo
na nudez reclinada
dum desdém de espelhos.
( Mas que bom !Ninguém suspeita
que levo uma mulher nua nos joelhos.)
*
Que voz é esta
que vem da floresta
e não do meu coração?
POis os pássaros não cantam apenas
na minha imaginação?
Existem em cor e penas
na realidade desta canção
de mim tão alheia?
Ó pássaro autêntico
volta a ser ideia .
*
A este desespero azul
de te querer sempre ao pé de mim
chamam os homens amor .
Mas o amor é outra raiva
de arrancar o sol da lua.
É andar com andorinhas na algibeira ,
e dependurá-las na chuva...
( E muito mais coisas ...Beijar , por exemplo , as mulheres de vento que se vestem nas bandeiras, etc, etc...Mas tive de saltar do eléctrico e interrompeu-se a fúria da inspiração)
*
( Madrigal para a Inventada )
Vou inventar uma flor
para pôr no teu cabelo .
Uma flor com asas de lume
donde,em vez de perfume,
saiam sons de violoncelo.
( ...)
*
Os teus olhos suplicam nuvens ...
Mas eu só te dou vida
despida .
Os teus olhos suplicam nuvens ...
( ...)
*
( Outra vez a Inventada.Grito para o Ar :)
Amo-te ,amo-te,amo-te,amo-te,
Tu-não-sei-quem,
com mãos de cardos
que descem dos caminhos
para afagar as crianças
de cabelos com asas de vento
e correrem por entre árvores inquietas de frutos novos...
Amo-te ,amo-te,amo-te,amo-te,
a ti que te inventei
com seios de espinhos
para sentir bem na pele
a nudez rude da morte natural
quando me levares pelas nuvens
através daquela ponte sem margens do outro lado ...
Amo-te
com estes olhos firmes direitos às cinzas das pedras .
José Gomes Ferreira
( vai bem com pintura de chagall e gelado de chocolate .)
( Num carro para Campolide.Dia sexual )
Uma mulher de carne azul ,
semeadora de luas e transes,
atravessou o vidro
e veio , voadora ,
sentar-se ao meu colo
na nudez reclinada
dum desdém de espelhos.
( Mas que bom !Ninguém suspeita
que levo uma mulher nua nos joelhos.)
*
Que voz é esta
que vem da floresta
e não do meu coração?
POis os pássaros não cantam apenas
na minha imaginação?
Existem em cor e penas
na realidade desta canção
de mim tão alheia?
Ó pássaro autêntico
volta a ser ideia .
*
A este desespero azul
de te querer sempre ao pé de mim
chamam os homens amor .
Mas o amor é outra raiva
de arrancar o sol da lua.
É andar com andorinhas na algibeira ,
e dependurá-las na chuva...
( E muito mais coisas ...Beijar , por exemplo , as mulheres de vento que se vestem nas bandeiras, etc, etc...Mas tive de saltar do eléctrico e interrompeu-se a fúria da inspiração)
*
( Madrigal para a Inventada )
Vou inventar uma flor
para pôr no teu cabelo .
Uma flor com asas de lume
donde,em vez de perfume,
saiam sons de violoncelo.
( ...)
*
Os teus olhos suplicam nuvens ...
Mas eu só te dou vida
despida .
Os teus olhos suplicam nuvens ...
( ...)
*
( Outra vez a Inventada.Grito para o Ar :)
Amo-te ,amo-te,amo-te,amo-te,
Tu-não-sei-quem,
com mãos de cardos
que descem dos caminhos
para afagar as crianças
de cabelos com asas de vento
e correrem por entre árvores inquietas de frutos novos...
Amo-te ,amo-te,amo-te,amo-te,
a ti que te inventei
com seios de espinhos
para sentir bem na pele
a nudez rude da morte natural
quando me levares pelas nuvens
através daquela ponte sem margens do outro lado ...
Amo-te
com estes olhos firmes direitos às cinzas das pedras .
José Gomes Ferreira
( vai bem com pintura de chagall e gelado de chocolate .)
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