<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5890420\x26blogName\x3dtorneiras+de+freud\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://torneirasdefreud.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://torneirasdefreud.blogspot.com/\x26vt\x3d7779548731287678461', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

3/14/2004

lost cause

somos duas rotas , dois trajectos ,damo-nos o tempo que nos abriga e dele fazemos breves instantes de alegria e prazer, o que importa,somos o que o tempo perdoa, o que despeja e não quer .
atravessamos a cidade,somos tão nossos como é meu o teu princípio e é teu o meu fim .vimos tanto vazio, quanto mais ruído ,mais se via de vazio .
a cidade estava tão triste aquela noite.o táxi era o mais seguro porto , mas havia o toque ,havia o beijo e as palavras .sim ,era preciso amar com todas as palavras , todas , as boas e as más , as inúteis .as palavras de morte.era preciso tudo , dar tudo para cairmos de rastos outra vez no vazio.
o táxi parou .era uma pensão de nome lírico , o lirismo da nossa urbanidade , atravessando rostos e paisagens quase em desespero , sempre sem tragédia.
tantas mentiras percorridas e aqui está o teu corpo diante do meu .nós , dois .e uma cidade que nos cospe diariamente , numa distância que interpõe o sonho e a crueldade.e o teu corpo nu , oferecendo-se agora à minha boca .façamos o que nos é pedido .seremos mais uma promessa vã .um instante que o tempo roubará , mas antes façamos de conta que podemos .
somos duas rotas , dois acidentes .somos dois trajectos e não há maior distância que a certeza destes corpos nus.
amanhã estaremos de novo tão vazios como o último copo da prostituta que esta noite não teve ninguém .mas hoje somos nós quem mente à cidade.