e assim reza a lenda
uma viagem metaliterária ao mundo da novela jojó
era já noite, alta noite poderia dizer-se, quando o telefone interrompeu o silêncio penumbroso da casa.olho-o demoradamente( modelo Telecom 1989)enquanto estridula ruidosamente como se precisasse de ser salvo de um estrangulamnto.o ruído torna-se insuportável ,vencendo assim a minha indolência.
levanto o auscultador.
_ ale?
_oui, c´est moi...( neurose antiga, culpa do mundo nefasto da publicidade)
_é o jojó , lembra-se de mim?
_mas é claro que sim,respondo com voz amarga e reveladora de uma displicência muito frequente entre os criadores de personagens ante suas criaturas.
_ estive várias horas decidindo se lhe telefonaria...não sei o que dizem os mandamentos novelísticos, não sei até onde pode ir a autonomia de uma personagem,sobretudo quando deseja contactar a sua autora...
_ não me chame de autora.chame-me de criadora, por favor.eu sou contra esta autonomização de personagens, os criadores foram reduzidos a meros professores pardais do papel,a meros delegados da fantasia ,ninguém quer saber do autor, do criador,bando de estruturalistas mal -amados..grgrgr , que nervos ...mas afinal por que me telefonou , jojó ?
ao longe ouvia-se uma voz arrastadamete melancólica,manifestando a inconfundível tristeza ociosa de billie holiday em autumn in new york.jojó deve estar a mexer com seu dedo indicador o gelo no copo de jack daniells.de repente fico muito irritada cria-se uma personagem incompetente de mordomo , agora promovida a detective deleitando-se pela nova iorque dourada dos anos 50 enquanto a nós nos resta uma estada provisória neste jardim à beira - mar plantado.
mas continuemos.
neste momento jojó aduz das imperiosas razões que o levaram a estabelecer contacto telefónico .
_ cara criadora, lembra-se de lola , a incrível mulher bolero?
_sim, lembro...
_é que ...bem...há muitos dias que não me escreve,e eu , bem , eu ...nas minhas noites solitárias vagueando entre a névoa urbana da big apple, ao escutar sam e seus blues ...sinto-me muito saudoso de lola...na verdade , o que eu queria era pedir-lhe o meu próximo capítulo com lola , a mulher bolero.
_mas o que é isto????agora quer se tornar autor da minha história??já lhe disse , é uma personagem e nada mais que uma personagem.além disso, eu estou em crise,sabia?em CRISE!isso pode custar-lhe caro, caríssimo jojó.quem sabe até mesmo o total olvido.que me diz a isso???
_não,por favor,isso não!!!!!!!!!eu gosto tanto de ser detective gabardinesco e uisquicamente poético!
_então cala-se , antes que eu faça regressar madame, a terrível do submundo das personagens abandonadas com o belo e único propósito de o fazer regressar à condição mordomística, are we clear?
do outro lado não ouvi mais que um sim,murmurante e piegosamente chorado .pergunto a rick,o homem das barbatanas amarelas:
_ é para isto que empenho eu minhas jubilosas horas ao sacrífico votivo da escrita???
( p.s. the crisis must go on )
uma viagem metaliterária ao mundo da novela jojó
era já noite, alta noite poderia dizer-se, quando o telefone interrompeu o silêncio penumbroso da casa.olho-o demoradamente( modelo Telecom 1989)enquanto estridula ruidosamente como se precisasse de ser salvo de um estrangulamnto.o ruído torna-se insuportável ,vencendo assim a minha indolência.
levanto o auscultador.
_ ale?
_oui, c´est moi...( neurose antiga, culpa do mundo nefasto da publicidade)
_é o jojó , lembra-se de mim?
_mas é claro que sim,respondo com voz amarga e reveladora de uma displicência muito frequente entre os criadores de personagens ante suas criaturas.
_ estive várias horas decidindo se lhe telefonaria...não sei o que dizem os mandamentos novelísticos, não sei até onde pode ir a autonomia de uma personagem,sobretudo quando deseja contactar a sua autora...
_ não me chame de autora.chame-me de criadora, por favor.eu sou contra esta autonomização de personagens, os criadores foram reduzidos a meros professores pardais do papel,a meros delegados da fantasia ,ninguém quer saber do autor, do criador,bando de estruturalistas mal -amados..grgrgr , que nervos ...mas afinal por que me telefonou , jojó ?
ao longe ouvia-se uma voz arrastadamete melancólica,manifestando a inconfundível tristeza ociosa de billie holiday em autumn in new york.jojó deve estar a mexer com seu dedo indicador o gelo no copo de jack daniells.de repente fico muito irritada cria-se uma personagem incompetente de mordomo , agora promovida a detective deleitando-se pela nova iorque dourada dos anos 50 enquanto a nós nos resta uma estada provisória neste jardim à beira - mar plantado.
mas continuemos.
neste momento jojó aduz das imperiosas razões que o levaram a estabelecer contacto telefónico .
_ cara criadora, lembra-se de lola , a incrível mulher bolero?
_sim, lembro...
_é que ...bem...há muitos dias que não me escreve,e eu , bem , eu ...nas minhas noites solitárias vagueando entre a névoa urbana da big apple, ao escutar sam e seus blues ...sinto-me muito saudoso de lola...na verdade , o que eu queria era pedir-lhe o meu próximo capítulo com lola , a mulher bolero.
_mas o que é isto????agora quer se tornar autor da minha história??já lhe disse , é uma personagem e nada mais que uma personagem.além disso, eu estou em crise,sabia?em CRISE!isso pode custar-lhe caro, caríssimo jojó.quem sabe até mesmo o total olvido.que me diz a isso???
_não,por favor,isso não!!!!!!!!!eu gosto tanto de ser detective gabardinesco e uisquicamente poético!
_então cala-se , antes que eu faça regressar madame, a terrível do submundo das personagens abandonadas com o belo e único propósito de o fazer regressar à condição mordomística, are we clear?
do outro lado não ouvi mais que um sim,murmurante e piegosamente chorado .pergunto a rick,o homem das barbatanas amarelas:
_ é para isto que empenho eu minhas jubilosas horas ao sacrífico votivo da escrita???
( p.s. the crisis must go on )
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home