a pluma caprichosa
há poemas que nos salva. no meu tempo de faculdade pedi tantas vezes emprestado ao Al Berto palavras. há pessoas que nos dão a conhecer poemas e poetas. a Ale deu-me a conhecer vários como outros amigos. a Clara Ferreira Alves deu me a conhecer um poema que, em certos momentos, leio. este do Alexandre O´Neill, A Pluma Caprichosa.
E o destino passa por mim como uma pluma caprichosa
passa pelos olhos dum gato
como o avião passa no céu do camponês
como a cidade passa pelo convalescente
que sai pela primeira vez
Nos olhos da mulher que não perdi nem ganhei
Nos olhos que durante um segundo me compreenderam
e amaram
na sua ternura quase insuportável
O destino passa
No amigo que é lentamente puxado para o outro lado
da razão
e um dia mergulha na sombra que trazia em si por
resolver
o destino cumpre-se e passa
na praia nocturna que as ondas visitam e deixam
como as imagens que sem cessar me assaltam e
abandonam
na espuma que esmago contra a areia muito fina
na mulher que me acompanha e comigo se perde na
noite
nos soluços de luz verde que um farol nos envia
o destino detém-se e passa
Na inesperada hora de felicidade
Vivida um pouco a medo
Como os amantes quando percorrem as ruas desertas
dum jardim
Um pouco a medo
Como a breve noite de amor em que um homem se
encontra e refugia
O destino demora-se e passa
Estou onde não devia estar
Mas basta
basta
basta (...)
há poemas que nos salva. no meu tempo de faculdade pedi tantas vezes emprestado ao Al Berto palavras. há pessoas que nos dão a conhecer poemas e poetas. a Ale deu-me a conhecer vários como outros amigos. a Clara Ferreira Alves deu me a conhecer um poema que, em certos momentos, leio. este do Alexandre O´Neill, A Pluma Caprichosa.
E o destino passa por mim como uma pluma caprichosa
passa pelos olhos dum gato
como o avião passa no céu do camponês
como a cidade passa pelo convalescente
que sai pela primeira vez
Nos olhos da mulher que não perdi nem ganhei
Nos olhos que durante um segundo me compreenderam
e amaram
na sua ternura quase insuportável
O destino passa
No amigo que é lentamente puxado para o outro lado
da razão
e um dia mergulha na sombra que trazia em si por
resolver
o destino cumpre-se e passa
na praia nocturna que as ondas visitam e deixam
como as imagens que sem cessar me assaltam e
abandonam
na espuma que esmago contra a areia muito fina
na mulher que me acompanha e comigo se perde na
noite
nos soluços de luz verde que um farol nos envia
o destino detém-se e passa
Na inesperada hora de felicidade
Vivida um pouco a medo
Como os amantes quando percorrem as ruas desertas
dum jardim
Um pouco a medo
Como a breve noite de amor em que um homem se
encontra e refugia
O destino demora-se e passa
Estou onde não devia estar
Mas basta
basta
basta (...)
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