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6/03/2004

verdades provisórios e juízos metafísicos em automatismo verbal


o verão irrita-me.
em paris chove e eu não estou em paris.
o grau de riqueza de uma nação é directamente mensurável pelo grau de destruição infligido ao planeta.a portugal resta-nos a esperança de acabar com o bacalhau.
o verão, outra vez.faço este texto por poluição verbal.


viva os colorantes,corantes e glutamatos de sódio!não posso mais ouvir falar de healthy food,health club,healthy life style...
acabo de definir o meu estilo culinário ,facto que me tranquilizou por vários dias:nouvelle caotic cuisinne.

acabo de saber que tudo que mais preciso são definições,conceitos e teorias perfeitinhas e acabadas,nem que durem cinco minutos.ou sobretudo se durarem cinco minutos.
ontem decidi que passei a acreditar em et´s,cd`s e lp´s.e de decisão em decisão tropeço cada vez mais longe de mim.
preciso de um manifesto.de um achado.de um grito exacto.de uma despedida.do fim do verão , de uma dança .preciso de um poema que não me encontra.

eu tinha um pinguim , um peluche pinguim e passei a ter pesadelos com ele.no meu sonho ele chama-se mr.ilogic e diz : there´s no such thing as happiness,dear.debaixo do braço ele acarreta o oxford student`s dictionary e todas as folhas têm apenas a entrada « happiness».


p.s. há vestidos vermelhos a abandonarem corpos nas minhas pupilas.