<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://draft.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5890420\x26blogName\x3dtorneiras+de+freud\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://torneirasdefreud.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://torneirasdefreud.blogspot.com/\x26vt\x3d7779548731287678461', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

9/03/2004

“O que ela amava era isto, aqui, na sua frente […] Importava então algu­ma coisa, perguntou a si própria, caminhando ao longo de Bond Street, im­portava alguma coisa que a vida tivesse inevitavelmente que acabar um dia; tudo aquilo continuaria sem ela; sentia pena? Ou não seria consolador acreditar que a morte acaba absolutamente com tudo? Mas de qualquer forma, nas ruas de Londres, no vaivém das coisas, aqui e acolá, sobrevive­ria […] fazendo ela parte, tinha a certeza, das árvores junto da casa; da­quela casa tão feia, toda a cair aos bocados como estava; fazendo parte das pessoas que nunca vira; diluída como uma névoa por entre as pessoas que ela conhecia melhor, que a elevariam nos seus ramos, como tinha visto as árvores erguerem o nevoeiro, mas isso levava para tão longe a sua vida, e a sua vida, e a ela própria! Mas em que estava a pensar quando olhou para a montra do Hatchard? Que estava ela a tentar recordar? Que visão de uma clara aurora no campo, enquanto lia no livro aberto na sua frente? Não tor­nes a ter medo do calor do Sol, nem das rajadas do Inverno em fúria.”

Virginia Woolf , Mrs.Dalloway, trad.port, Lisboa, Ulisseia, 1982, 11